O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (25) duas mortes por febre oropouche no país.
Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença, informou a pasta, em nota.
As mortes são de mulheres que viviam no interior da Bahia. Elas tinha menos de 30 anos de
idade, sem comorbidades, e apresentaram sinais e sintomas semelhantes ao
de dengue grave.
Casos sob investigação
O ministério investiga uma morte em Santa Catarina e se quatro casos de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês têm relação com a doença (Pernambuco, Bahia e Acre).
Foi
descartado relação da febre com uma morte no Maranhão.
No último dia 11, o Ministério da Saúde emitiu uma nota
técnica a todos os estados e municípios recomendando o reforço da vigilância em
saúde sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus. Com
a nota técnica, o ministério pretende também orientar a sociedade sobre a
arbovirose.
A medida foi adotada após o Instituto Evandro Chagas
detectar a presença do genoma do vírus em um caso de morte fetal, e de
anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos com microcefalia.
No entanto, o ministério destacou que não há evidências
científicas consistentes sobre a transmissão do vírus Orov da mãe
infectada para o bebê durante a gestação e nem sobre o efeito da
infecção sobre malformação de bebês ou aborto.
Este ano, já foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados.
A maior parte foi identificado no Amazonas e em
Rondônia. Desde 2023, foi ampliada a detecção de casos da doença no
Brasil, por meio de testes de diagnóstico na rede pública em todas as regiões.
Febre Oropouche
A febre Oropouche é uma doença viral.
O vírus Orov é
transmitido, principalmente, por meio da picada de um mosquito conhecido como
maruim (Culicoides paraensis), bem como por espécies do
mosquito Culex. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez
em 1960.
O ministério explicou que a febre oropouche pode ser confundida com a dengue.
A doença evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular).
Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e
vômitos também são relatados.
Os sintomas duram cerca de dois a sete dias. Mas, até 60% dos pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais.
A maioria das
pessoas tem evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.
Até o momento, não há tratamento específico para a
febre oropouche. A terapia atual apenas alivia os sintomas.
Fonte: Agência Brasil
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