segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

CHEGAM AO BRASIL AS PRIMEIRAS DOSES DA VACINA CONTRA A DENGUE

Chegou ao Brasil no sábado a primeira remessa com cerca de 750 mil doses da vacina contra a dengue que será disponibilizada pelo SUS. 

O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina fornecidas pela farmacêutica Takeda sem cobrança ao Ministério da Saúde.

Uma segunda remessa, com 570 mil doses, tem previsão para ser entregue em fevereiro.

 Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024 – 5,2 milhões de doses – que, de acordo com a previsão informada pela empresa, serão entregues ao longo do ano, até novembro.

No final de 2023 o Brasil se tornou o primeiro país a incorporar o imunizante contra a dengue no sistema público de saúde. 

Contudo, a vacina, conhecida como Qdenga, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante, Takeda, afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses.

Diante da capacidade limitada de fabricação de doses da vacina, apenas cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas em 2024, já que o imunizante precisa de duas doses, com intervalo mínimo de três meses.


A remessa recebida no sábado irá passar pelo processo de liberação da Alfândega e da Anvisa, em seguida sendo enviada para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). 


O Ministério da Saúde solicitou prioridade nestas etapas e a previsão é que todo o desembaraço seja concluído ao longo da próxima semana.

O Ministério da Saúde acordou, em conjunto com Conass e Conasems – órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios – os critérios para a definição dos municípios que irão receber as doses, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da OMS.

A lista dos municípios e a estratégia de vacinação serão informadas pelo Ministério da Saúde nos próximos dias. 

A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro.

As vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses. 

O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa. 

O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.

Curitiba registra 28 casos em 15 dias e acende alerta contra a doença


O monitoramento epidemiológico da dengue em Curitiba, realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), registrou 28 casos da doença nos primeiros 15 dias do ano, três deles autóctones, em que a contaminação aconteceu na cidade, no bairro Campo do Santana, no Distrito Sanitário Tatuquara.

“O monitoramento da dengue em Curitiba é constante. Nossas equipes estão em campo para fazer o bloqueio da doença e evitar novas contaminações na cidade. 


Precisamos da colaboração de todos para evitar novos casos”, diz a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

Os três casos autóctones de dengue confirmados neste início do ano em Curitiba chamam a atenção pelo histórico de saúde dos pacientes e a evolução da doença.


Um senhor de 78 anos apresentou febre alta e dor de cabeça na virada do ano, sintomas que persistiram por cinco dias, quando só então procurou atendimento já em crise convulsiva, e precisou ser internado para completa recuperação, com alta no dia 9 de janeiro.


A filha dele, de 39 anos, começou a ter sintomas da doença no dia 7 de janeiro, quando procurou atendimento, mas se recusou a ser internada. 


Com um quadro de anemia grave, a paciente retornou à UPA no dia 10 com o quadro de saúde agravado, quando foi internada para recuperação completa e também já está em casa.

O terceiro caso positivo autóctone é de uma mulher de 42 anos, imunossuprimida, que mora na mesma região. 


Ela procurou a UPA no dia 9 de janeiro com febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Foi internada e permanece no hospital em monitoramento.


Saúde


Atenção aos sintomas


O diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira, alerta que a dengue pode evoluir para a forma grave em pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com doenças crônicas.

“Aos primeiros sintomas de dengue é preciso procurar atendimento de saúde. Se os sintomas forem leves, a pessoa pode ligar para a Central Saúde Já, no 3350-9000, para ter a orientação adequada para seu caso”, diz Alcides.


Segundo ele, a hidratação intensa é o principal tratamento para a dengue, mas é preciso atenção para o agravamento do quadro. 


“No quinto dia de sintomas, se houver algum sinal de alarme, como náuseas ou vômito, além da febre persistente e dor intensa de cabeça, é preciso buscar um serviço de saúde”, orienta.


Fonte: Bem Paraná

Da redação/ Maria Farias

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