Casar e ser mãe, esse era o sonho da gestante Jéssica
Victor Guedes, 30 anos. Quando engravidou do noivo o tenente Gonçalves, ambos
de São Paulo, eles decidiram realizar a cerimônia de casamento, antes de a,
Sophia, nascer.
Segundo a Tenente Mariana, da Seção de Comunicação Social do 46
Batalhão da Polícia Militar, no último domingo (15 de setembro), enquanto se
preparava para subir ao altar, Jéssica, grávida de 7 meses, começou a se sentir
mal e acharam que era ansiedade por causa do casamento.
Tinha chegado o
grande dia. “No trajeto até a igreja, onde o noivo e os convidados a aguardavam
para a cerimônia matrimonial, ela começou a se sentir mal novamente”, conta Mariana.
A família foi avisada e o noivo, que já estava à espera, foi ver o que estava
acontecendo e encontrou Jéssica teve um AVC hemorrágico, por conta de uma
pré-eclâmpsia, e já chegou à maternidade sem atividade cerebral.
Segundo
Mariana, a equipe realizou uma cesárea de emergência para salvar a vida da
pequena Sophia, que nasceu de 29 semanas, pesando 1 kg. A bebê prematura está
recebendo todos os cuidados na UTI Neonatal.
Como o casal gastou muito com o
casamento e o tentente Gonçalvez, na tentativa de salvar sua esposa e a filha,
decidiu levá-la ao hospital que não era coberto pelo seu convênio.
Amigos
decidiram fazer uma vaquinha virtual para ajudar com os custos de internação e
UTI, inclusive da pequena Sophia.
O site para ajudar/ www.vaquinha.com.br/vaquinha/tentente-goncalves.
“Jéssica estava fazendo acompanhamento pré-natal, não teve nenhum pico de
pressão alta durante toda a gestação e era saudável, fazia atividade física e
se alimentava bem”, disse a tenente Mariana, em entrevista a CRESCER.
Com a constatação
da morte cerebral de Jéssica, a família decidiu atender ao próprio pedido dela
e vão doar os órgãos, o que já está sendo realizado.
Em nota, a Pro Matre
Paulista disse que: “No momento, toda a equipe da maternidade está priorizando
o apoio, conforto e atenção às famílias do Tentente Gonçalves e da paciente,
ajudando-as com todas as providências necessárias”, diz a nota.
Pré-eclâmpsia
na gravidez é grave A pré-eclâmpsia está entre as principais causas da
mortalidade materna, e vem crescendo no Brasil, mesmo diante de todo o avanço
da medicina.
Hoje, no país, o índice de mortalidade está em 64,5 óbitos
maternos para cada 100 mil nascidos vivos – número bem acima da meta afirmada com
a Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 30 óbitos para cada 100 mil
nascidos vivos até 2030, conforme os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
E muito disso – 20%, segundo dados do Ministério da Saúde – se deve ao grupo
das doenças hipertensivas.
Nele, estão incluídas a eclâmpsia (52%) e a
pré-eclâmpsia (44%), praticamente com metade das mortes para cada.
A
pré-eclâmpsia é uma doença que pode aparecer tanto na gestação quanto no
pós-parto, caracterizada por aumento da pressão arterial associado a alguma
disfunção de órgãos (rim, fígado “A causa é desconhecida, mas, provavelmente,
multifatorial.
Existem determinados fatores de risco para pacientes terem essa
doença, como pré-eclâmpsia na gestação passada, IMC (índice de massa corporal)
maior que 25, diabetes prévio à gestação, hipertensão crônica, gestação múltipla,
lúpus, histórico familiar de pré-eclâmpsia, entre outros”, explica a
ginecologista e obstetra Fernanda Mauro, do Grupo Perinatal (RJ).
A
pré-eclâmpsia acontece normalmente a partir da 20ª semana de gestação, quando,
segundo o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do Hospital Sírio
Libanês (SP).
Da Redação/ Maria Farias