Um agente de cadeia que trabalha na Penitenciária de
Piraquara foi preso junto com três integrantes de uma facção criminosa.
Os
quatro são suspeitos de participar da ação cinematográfica que terminou
com a fuga de 29 presos ocorrida na madrugada da última terça-feira
(11). Quatro foragidos foram recapturados.
Adriano de Souza Lizardo, de 39 anos, foi localizado em
uma casa no bairro Vargem Grande, em Pinhais, durante as investigações do
Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
De acordo com o delegado
Rodrigo Brown, o suspeito atuava como agente temporário e sua proximidade com
os criminosos chamou a atenção da equipe.
O agente chegou ao local onde estavam os outros suspeitos
em um Porsche Cayenne.
Com ele os policiais encontraram uma arma ilegal,
documentos falsos, drogas, uma balança de precisão, micha para carro e
equipamentos policiais como colete balístico, insígnia da polícia e uma
carteira funcional do Departamento Penitenciário do Paraná.
Pela logística utilizada no crime, é quase certo que
eles teriam informações privilegiadas de dentro sistema penitenciário e recaiu
a suspeita sobre esse agente de cadeia. Nos chamou atenção ele estar em um local
cheio de drogas, com bandidos faccionados.
Temos fortes suspeitas de que ele
possa ter auxiliado no planejamento desse crime fornecendo informações do
funcionamento, dos locais, de como ação criminosa seria executada, comentou
Brown.
O suspeito já teria atuado em diversas delegacias e
atuava na Casa de Custódia de Piraquara, dentro do complexo penitenciário. Além
disso, não está descartada a atuação de outros agentes na ação.
Para não atrapalhar as investigações, o delegado não
detalhou quem seriam os alvos da ação e nem quais presos aproveitaram o
arrebatamento para fugir da unidade.
Além de Lizardo, foram presos Lucas de Souza Guilherme,
23, Alexandre Tadeu Pamplona, 40, e sua esposa, Bianca Mattos Silva Franca, 21.
De acordo com a polícia, eles são integrantes da facção criminosa Primeiro
Comando da Capital (PCC).
Brown acredita que a prisão do grupo vai ajudar a
localizar outros envolvidos na fuga e também de presos que continuam foragidos.
Na casa onde o grupo foi encontrado, estavam outros
veículos. Um deles foi utilizado para a compra de combustíveis utilizados no
incêndio de veículos que formaram uma barreira próximo à penitenciária.
“Com essas pessoas foram encontradas diversas provas da
participação deles, inclusive a suspeita é que eles sejam a parte financeira do
grupo em Curitiba.
Encontramos cadernos com anotações. A Blazer foi encontrada
pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) abandonada próximo à penitenciária. O
documento dessa Blazer também estava na residência.
Esse veículo foi flagrado por
câmeras de segurança enchendo galões em um posto de combustíveis. A suspeita é
que essa gasolina tenha sido usada pelos bandidos para atear fogos nos carros e
caminhões que trancaram as vias de acesso da penitenciária no dia da fuga”,
explicou o delegado.
Ao todo foram apreendidos seis carros. Um Ônix já está
confirmado com alerta de roubo. Além disso, foram apreendidos 550g de cocaína,
60 gramas de maconha, 2,3 quilos de crack, quatro notebooks, colete balísticos,
balança de precisão, uma arma pistola 380 irregular, muitas anotações, cadernos
e documentos referente ao tráfico de drogas e associação criminosa.
Da Redação/Maria Farias