O ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi
condenado pelo júri popular.
A decisão foi proferida na tarde desta
quarta-feira (28) no Tribunal do Júri de Curitiba.
Ele parou no banco dos réus
depois de ser acusado de duplo homicídio com dolo eventual - quando se assume o
risco de matar.
Carli Filho admitiu durante o julgamento que bebeu antes de
dirigir.
Atualização: Carli Filho foi condenado a nove anos e
quatro meses de reclusão.
No entanto, cabe recurso da condenação. O ex-deputado não
sai preso do Tribunal do Júri.
O julgamento durou cerca de 17 horas e foi totalmente
cercado por muita expectativa, desde a marcação de sua data, passando pela
distribuição das senhas para o público chegando ao depoimento do réu.
Foram sorteados dois homens e cinco mulheres como
jurados. Foram eles que, depois de ouvirem as testemunhas, o réu, a acusação e
a defesa de Carli Filho, definiram pela condenação após responderem às
perguntas formuladas pelo juiz Daniel Avelar, que conduziu o júri popular.
No primeiro dia de julgamento, seis testemunhas contaram
o que presenciaram entre a noite do dia 6 de maio e a madrugada de 7 de maio de
2009, quando aconteceu o acidente.
Um amigo contou que chegou a oferecer carona
a Carli Filho após um jantar, onde houve consumo de bebida alcóolica, mas o
ex-deputado decidiu dirigir o próprio carro.
O médico que atendeu o réu no
Hospital Evangélico disse que ele chegou em coma até o local.
Um dos depoimentos mais aguardados foi o do segurança do
restaurante onde Carli Filho jantou. Ele contou que lembrou de ver o
ex-deputado bastante alterado e que tentou ainda impedir que ele entrasse no
carro, mas não conseguiu.
Além disto, depôs um perito contratado pela defesa do
réu.
Ele contestou as informações de que o veículo de Carli Filho decolou
no local do crime ou de que ele dirigia a 170 Km/h.
O depoimento do réu fechou o primeiro dia do
julgamento. Ele pediu perdão às mães das vítimas do acidente.
O júri foi retomado nesta quarta-feira com a manifestação
da acusação. Para o Ministério Público, Carli Filho também sabia sobre a
cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dele.
A promotoria ainda
rebateu as declarações do perito contratado pela defesa e reiterou que, pela
condição dos corpos das vítimas, não há dúvidas de que o ex-deputado dirigia em
alta velocidade.
O advogado Elias Mattar Assad, que acompanhou a família de uma
das vítimas do acidente e atuou como assistente de acusação, disse que “tem
sangue neste plenário”.
Já a defesa do réu
sustentou que o caso não é um homicídio, e sim um acidente de trânsito.
Além
disto, a equipe de advogados de Carli Filho afirmou que o motorista do carro
das vítimas reduziu a velocidade e invadiu a preferencial antes da colisão.
Um
deles disse que nada teria acontecido se o carro tivesse parado no cruzamento.
A defesa ainda citou aos jurados que a velocidade do automóvel de Carli Filho
não importa e que nunca houve racha com participação do réu.
Da Redação/Maria Farias