A Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento do prefeito Marcelo Crivella das funções públicas.
Ele foi preso na manhã desta terça-feira (22), em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
No documento, a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita determina que o prefeito se abstenha de realizar qualquer ato inerente ao exercício do cargo de prefeito.
No despacho da prisão, a desembargadora diz que Crivella
era o chefe de uma organização criminosa que atuava dentro da prefeitura e
enfatizou que, embora restem poucos dias para terminar o mandato, sua
manutenção no cargo até lá implicaria em riscos à ordem pública.
Além dele, foram presos também o empresário Rafael Alves,
o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella,
Mauro Macedo, além dos empresários Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano
Stockler Campos, da área de seguros.
Após ser preso, Crivella fala em 'perseguição política' e
diz que espera 'justiça'
Após a prisão, o prefeito disse que a ação é uma
"perseguição política" e que espera que seja feita a justiça.
"Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do
carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no
Rio de Janeiro", disse Crivella. Questionado sobre sua expectativa agora,
o prefeito se restringiu a responder: “justiça”.
Em nota, a Executiva Nacional do Republicanos disse que
aguarda detalhes e os desdobramentos da prisão do prefeito e que o partido
"acredita na idoneidade de Crivella e vê com grande preocupação a
judicialização da política".
'Crimes ao longo de 4 anos'
Para a desembargadora, "os crimes foram
cometidos de modo permanente ao longo de quatro anos de mandato" e
começaram a ser planejados ainda durante a campanha eleitoral.
A desembargadora ponderou, ainda, que mesmo com o fim do
mandato, contratos fraudulentos já firmados continuaram ativos, permitindo que
os investigados continuem a receber propina das empresas envolvidas no esquema
criminoso.
A decisão também diz que o prefeito não só tinha
conhecimento, mas também "autorizava a prática de tais crimes e deles se
locupletava".
Em relação a Rafael Alves, a desembargadora apontou que,
embora ele se apresente como empresário, suas empresas são inoperantes, "o
que leva à conclusão de que ele vive do crime, ou melhor, da corrupção"
Todos os presos vão passar por uma audiência de
custódia às 15h, no Tribunal de Justiça, para que a legalidade do
procedimento seja avaliada, conforme determinou o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Edson Fachin.
O delegado aposentado Fernando Moraes está com sintomas
de Covid-19 e, por isso, não foi levado para a Delegacia Fazendária como os
outros presos. Ele está na Polinter, também na Cidade da Polícia.DA REDAÇÃO/ MARIA FARIAS
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