Autoridades de saúde norte-americanas vão trabalhar com
Ministério da Saúde e Fiocruz para 'melhoria da detecção de casos' e 'controle
de surtos'. Mais cedo, o presidente Donald Trump disse que agravamento da crise
do novo coronavírus poderia levar a uma proibição de voos saindo do Brasil aos
EUA.
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta
terça-feira (19) um plano de auxílio adicional de aproximadamente US$ 3 milhões
— mais de R$ 17 milhões — para "ajudar na resposta de
emergência de saúde pública do Brasil" à pandemia de Covid-19.
O anúncio foi feito momentos depois de o presidente Donald
Trump dizer que cogita banir viagens do Brasil rumo aos EUA, dada a
gravidade da crise do novo coronavírus no país (leia mais no fim
da reportagem).
Segundo comunicado da Embaixada dos EUA no Brasil, o
valor se soma aos outros US$ 950 mi anunciados em 1º de maio para apoio
socioeconômico às pessoas mais vulneráveis durante a pandemia.
"Os recursos serão usados para a melhoria da
detecção e do rastreamento de casos, na identificação de áreas de transmissão,
no controle de surtos e no fornecimento de dados para uma reabertura segura no
Brasil", diz a nota.
Além disso, o governo norte-americano afirma que
vai apoiar 79 centros de operação de emergência e atuar em 13
municípios fronteiriços brasileiros para "reforçar as capacidades
entre os países parceiros para detectar e atender indivíduos doentes nas
fronteiras e durante suas viagens".
Ainda de acordo com a Embaixada, as autoridades de saúde
norte-americanas vão trabalhar em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
e o Ministério da Saúde.
O embaixador brasileiro Nestor Forster disse que a
possibilidade de cooperação havia sido discutida entre Trump e o presidente
brasileiro Jair Bolsonaro.
“Na última ligação entre os presidentes Bolsonaro e
Trump, houve ofertas de lado a lado de assistência entre os países, tanto sobre
possibilidades de cooperação científica quanto sobre aquisição de
materiais", explicou.
"Cada país, como é natural, dará prioridade à sua
própria população, mas os Estados Unidos asseguraram ao Brasil uma isenção da
Lei de Produção de Defesa. Essa isenção garante ao Brasil a possibilidade de
aquisição de respiradores artificiais, até um certo limite, caso o Ministério
da Saúde tenha interesse em adquirir equipamentos fabricados nos EUA.",
acrescentou Forster.
Nesta terça, o Brasil registrou mais de 1 mil mortes
confirmadas em 24 horas pela primeira vez desde o início da pandemia do
novo coronavírus. Com isso, o total de vítimas da doença no país passou de 17
mil.
Trump cogita banir viagens do Brasil aos EUA
Mais cedo, Trump afirmou que considera impor uma proibição
de entrada de viajantes do Brasil, que tem o terceiro maior número de
pessoas infectadas pelo novo coronavírus do mundo.
"Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o
nosso povo. Também não quero pessoas doentes lá. Estamos ajudando o Brasil com
respiradores.
O Brasil está com alguns problemas, sem dúvida",
acrescentou Trump.
Esta não é a primeira vez que Trump fala em banir voos do
Brasil para os EUA. No dia 28 de abril, ele sugeriu o mesmo quando disse que
acompanhava "de perto" o que chamou de "surto sério"
de novo coronavírus no Brasil.
Mas, segundo o embaixador Nestor Forster, nenhuma decisão
foi tomada até o momento.
"Brasil e Estados Unidos seguem cooperando
amplamente na resposta à pandemia. As autoridades americanas avaliam de forma
permanente e rotineira a situação dos voos que chegam ao país, assim como o
Brasil tem feito. Não há, no momento, nenhuma nova decisão quanto a
cancelamento de conexões aéreas com o Brasil nem de imposição de restrições a
este respeito.”
Fonte: G1
DA REDAÇÃO/ MARIA FARIAS
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