O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na
noite desta quarta-feira (23) a redução de 10% preço do diesel nas refinarias e
disse que vai manter a redução por 15 dias.
De acordo com parente, a redução anunciada representa uma
queda de 23 centavos no preço do litro nas refinarias e de 25 centavos para os
consumidores.
Parente afirmou que não há um discussão para a redução do preço
da gasolina.
"É uma medida de caráter excepcional. Não representa
uma mudança de política de preço da empresa", disse Parente durante
entrevista coletiva.
"São 15 dias para que o governo converse com os
caminheiros."
O presidente Michel Temer foi informado momentos antes da
coletiva de imprensa da Petrobras sobre redução do preço do diesel.
"Não foi uma decisão fácil. Não foi uma decisão
simples. Mas eu tenho serenidade em dizer que tenho horror a dogmas",
disse Parente. "Não tivemos pressões do governo ou de movimentos sociais.
Estamos fazendo uma avaliação realista da situação do país."
Na terça-feira, Parente se reuniu em Brasília com os
ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, e
garantiu que a política de reajustes dos preços de combustíveis da empresa não
seria alterada.
A Petrobras adota novo formato na política de ajuste de
preços desde 3 de julho do ano passado.
Pela nova metodologia, os reajustes
acontecem com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações
do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar.
Protestos se espalharam
A subida do preço do combustível nas últimas semanas
provocou uma série de manifestações no país.
Nesta quarta-feira, a
manifestação entrou no terceiro dia e os caminhoneiros bloquearam estradas em
23 estados e no Distrito Federal.
Os protestos dificultaram o escoamento e a exportação de
diversos produtos e o funcionamento de serviços básicos: supermercado já
reclamavam de desabastecimento; empresas de ônibus reduziram a frota; e
a Infraero informou que cinco aeroportos tinham combustível
suficiente para abastecer as aeronaves somente até esta quarta-feira.
Antes do anúncio da Petrobrás, o governo tinha como
principal proposta para acabar com o protesto costurar um acordo com o
Congresso Nacional para eliminar um dos tributos que incidem sobre o diesel.
A
condição era que o Poder Legislativo aprovasse o projeto de reoneração da folha
de pagamento das empresas - a votação ainda não tem data confirmada.
Dessa forma, na prática, se Câmara e Senado aprovarem a
proposta da reoneração, a União teria aumento nas receitas e, em troca, iria
zerar a Cide que incide sobre o diesel.
Segundo o Ministério da Fazenda, a
atual alíquota do tributo representa R$ 0,05 por litro do diesel.
Temer pediu trégua
Mais cedo nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer
pediu "trégua" de dois ou três dias aos caminhoneiros para encontrar
uma "solução satisfatória" sobre o preço dos combustíveis.
"Desde domingo, estamos trabalhando nesse tema para
dar tranquilidade não só ao brasileiro, que não quer ver paralisado o
abastecimento, e tentando encontrar uma solução que facilite a vida dos
caminhoneiros", afirmou o presidente.
Durante a fala de Temer, uma reunião da Casa Civil com
representantes de caminhoneiros ocorria sem sucesso.
Após a reunião, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil),
Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Valter Casimiro (Transportes) disseram
que o governo buscava soluções somente para o preço do diesel.
Da Redação/Maria Farias
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