Dez pessoas foram presas suspeitas de integrar uma
quadrilha especializada em roubo de cargas com atuação no Paraná e em Santa
Catarina.
Este grupo criminoso cometeu pelo menos cinco roubos de cargas
avaliados em mais de R$ 10 milhões.
Um dos alvos desta organização criminosa já
estava preso numa penitenciária de Santa Catarina e era evadido da
Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC).
Quatro criminosos estão foragidos: Leandro Ripka
(responsável pela distribuição da carga roubada) Leandro Zanão da Silva (teria
contratado criminosos para participar dos crimes), Edinaldo Oliveira Venceslau
(fazia o levantamento dos locais a serem roubados) e Bruno Rafael de Oliveira
(intermediador da venda das cargas no Estado de Santa Catarina).
A ação, deflagrada pela Delegacia de Furtos e Roubos de
Cargas (DFRC), da Polícia Civil do Paraná, resultou na apreensão de bens desta
quadrilha – comprados com recursos oriundos do crime.
Doze veículos foram
seqüestrados por ordem judicial, sendo cinco caminhões, outros cinco carros, um
deles de luxo avaliado em mais de R$ 300 mil, e duas motos. Foram apreendidos
ainda duas pistolas calibre 380 além de documentação e diversos aparelhos
celulares.
A polícia cumpriu oito dos 12 mandados de prisão preventiva e seis
de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas em flagrante.
O delegado titular da DFRC Ademair Cruz Braga Júnior, que
comandou a investigação afirmou que a quadrilha agia em diferentes locais tanto
no Paraná quanto em Santa Catarina. “Isso dificultou um pouco o trabalho da polícia
para reunir todas as informações destes roubos e mapear esta quadrilha”, disse.
“A escolha das cargas que iriam ser roubadas era feita de acordo com a
facilidade de comercialização do produto, a dificuldade de identificação e
sempre visando grandes volumes”, explicou o delegado, citando que ao longo da
investigação foram recuperados cerca de R$ 6 milhões.
PRÓXIMOS PASSOS
O delegado suspeita que a quadrilha tenha envolvimento em
outros roubos a cargas no Estado e as investigações serão intensificadas agora
para identificar outros receptadores. “Já temos indícios de que há receptadores
também no Rio Grande do Sul, além de Paraná e Santa Catarina”, adiantou Braga
Júnior.
A investigação começou após o roubo, em outubro, de
quatro caminhões carregados de chocolate, avaliados em R$ 750 mil, do pátio de
uma transportadora em Curitiba.
Daí o nome da operação: Cacau Seguro. Uma parte
da carga foi recuperada em Itajaí.
Durante a operação de hoje, os policiais cumpriram
mandado de busca e apreensão em um mercado, na cidade de Joinville, em Santa
Catarina, e encontraram parte da carga roubada sendo exposta para venda.
Funcionários deste estabelecimento ainda tentaram apresentar notas fiscais para
comprovar a origem dos produtos, mas estes documentos eram falsos, já que o
lote que estava no mercado era o mesmo da carga roubada.
Os suspeitos são investigados por ao menos cinco assaltos
a caminhões e cargas no período de quatro meses – de outubro de 2017 a
fevereiro deste ano.
Todos os crimes foram praticados de forma semelhante e com
índicos consistentes de participação do mesmo bando.
Eles chegavam a usar
aparelhos de bloqueadores de sinal para evitar que os caminhoneiros utilizassem
rádios e aparelhos celulares no momento dos roubos e ainda evitar o
rastreamento das cargas e dos veículos.
ORGANIZADOS
A investigação mostrou que o grupo possui ação
estruturada, com os criminosos dividindo as funções, desde o planejamento,
passando pelo ataque, armazenamento e repasse das mercadorias.
Eles utilizam carros roubados ou com placas adulteradas
para fazerem o perímetro e levantamento do local em que praticarão o crime.
“Por vezes a audácia os levavam a utilizar os próprios veículos para este fim”,
explicou o delegado da DFRC.
Os criminosos ainda contam com financiamento próprio
destinado ao pagamento de aluguéis de barracões em que as cargas são
transbordadas ou acondicionadas; de igual forma caminhões para transporte das
mercadorias.
Eles vão responder por associação criminosa, roubo
majorado, porte ilegal de arma de foto, lavagem de dinheiro, receptação
qualificada e uso de documento falso.
Participaram da ação policiais da Delegacia de Furtos e
Roubos de Cargas, da Furtos e Roubos de Curitiba, policiais civis de unidades
de Joinville e Florianópolis e ainda contou com apoio do helicóptero do
Grupamento de Operações Aéreas (GOA) da Polícia Civil do Paraná.
Da Redação/Maria Farias
Fonte: RSN
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